Porque muitas vezes, a força das palavras é tão forte que por muito que apertemos o torniquete acaba por gotejar alguma coisa. Pensamentos, por vezes pouco pensados, outros bastante sentidos. Alguns sem nexo para a maioria de vós. Todos eles parte de mim, com diferentes estados de espírito.
quarta-feira, março 16, 2016
O Lobo - Parte V
Era por fim a chegada ao cume.
E por baixo de si, estendia-se o vale.
Tão verdejante, tão denso, tão rico!
Erguiam-se as árvores de copas tão altas,
As suas raízes rompiam a terra
E dançavam na vegetação.
Havia o lago também,
Límpido, como nos seus sonhos recordava.
E a sua toca...
Teria sido ali que nascera, dissera-lhe alguém um dia.
Era o local ideal.
O Lobo fechara os olhos instantes ara encher bem o peito de ar.
No reflexo viu o seu focinho,
Tão velho, tão encardido,
Os seus dentes cobertos de tártaro e gastos.
Que resta de mim? - Pensou o Lobo
Entrou no lago e limpou-se.
Deitou-se ao Sol para secar.
E, por fim.
Foi para a toca onde adormeceu.
Adormeceu durante meses!
16/03/2016
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