Mergulho repetidamente, o corpo apazigua as ideias e a razão que tenta tanto, mas tanto manter-se na sua linha. Deixar de sentir seria, por momentos, uma saborosa vitória em mim mesma.
Mas o coração rompe pelas ondas agora suaves e pede que elas explodam, que enrolem os corpos, que os unam suavemente.
Oh mas que bem sabe sair da tormenta e cair na toalha de olhos fechados e não pensar, apenas restaurar a respiração, sacudida pelo mar.
E que tenho eu de diferente do mar de costa, que humedece a areia por onde passa? Que em dias de tempestade fustiga a areia tranquila no seu leito e pede que ela vá com ele. Que morre de ciúmes do sol porque a aquece e que faz com que as pessoas se deitem nela para sentirem o calor obtido pelo sol.
Só que ao fim de contas as pessoas fartam-se pois a areia acaba por incomodar e por queimar os pés descalços. O mar de costa adora lançar ondas para que os pequenos grãos de areia se soltem e saltitem no meio da sua espuma. E o som? O som que ambos em harmonia fazem, aquele rugido
E por fim à noite, as conversas que têm, mesmo as silenciosas, ninguém as escuta.
No fim de contas foi a maré que me trouxe
do mar alto à costa.
Espero, até ao dia em que o sol faça
evaporar a última gota que me compõe.
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