terça-feira, março 02, 2010

"When it's good, then it's good, it's so good, 'till it goes bad..."

Transparente... Assim me tornei para certas pessoas. Não sou o muro que outrora fora intransponível. Sou hoje o ser que tanto lutei para me tornar. O ser que tantas coisas moldaram e deram forma. O meu interior foi duramente remexido e modelado, ainda de vez a vez há arestas a limar. Mas o que é o Ser Humano se não algo em constante evolução?

Mas existem momentos em que o instinto mais básico de todos nos faz explodir. E relembra a doce sensação da vertigem! Do não pensamento. Do apresentar-me com mil e uma caras e brincar, jogar com isso.
A tal linha ténue entre o Bom e o Mau Caminho.

Calypso está de novo em mim... E eu só peço que se vá. Que deixe em mim a força que me faz ver, mas que leve o caos. Já não sei viver em comunhão com ele. Não sei e não quero reaprender.
Porquê correntes e marés abruptas, quando aqui tenho ondas que me fazem flutuar e água morna?

Lamento ter voltado a desembrulhar o tabuleiro e a colocá-lo de novo na mesa. Mas não quero mais jogar.
Vou agarrar na velha guitarra e tocar, cantar e sorrir. Criar o ambiente harmonioso e seguro que consegui.

Sem cartas nas mangas, o jogo é transparente e honesto. E também assim é divertido.

Por vezes sabe bem sair da realidade.
E ainda bem que o fiz.
Mas é tempo de calçar os meus próprios sapatos
e continuar o meu caminho. Que já por si é difícil.
Mas o mais seguro que tenho.
E assim quero continuar.
Na minha segurança.

5 comentários:

Taiyo85 disse...

Sair da realidade, é sem duvida, o melhor caminho a tomar por curtos periodos de tempo... Ajuda-nos a manter equilibrados e estáveis...

Beijão!

Adomnán disse...

"Porquê correntes e marés abruptas, quando aqui tenho ondas que me fazem flutuar e água morna?"

É a pergunta que mais me faço, ainda que a resposta devesse ser óbvia, mas não é... há sempre um outro em mim, a que não sei dar nome, caótico, destruidor, que parece querer deitar a perder tudo o que tenho de bom e estável na vida...
Depois de ler este teu texto, e tendo em conta o que escrevi hoje de madrugada, parece-me que andamos mais ou menos em sintonia.

Richy disse...

Eu também tenho essa sina. Saio demasiadas vezes da realidade, à espera daquela vez em que não me deixam voltar...
Mas as coisas são como são e às vezes, por muito que se lute, não conseguimos transpor a barreira do eu, da explosão, do caos, como dizes.

Besos.

GotchyaYinYang disse...

Sabe bem sair da realidade e agitar a maré, é verdade.

A segurança tem tendência a tornar-se rotina e é precisamente por isso que muitas vezes queremos jogar nesse tabuleiro. Mas se não sairmos do jogo a tempo, podemos magoar pessoas e agitar de tal modo a nossa harmonia, que poderá levar muito tempo para voltar a encontrá-la.

Transparência é a chave, sem dúvida :)

lampâda mervelha disse...

Estás consciente de quem és e do que és.

Então está tudo bem!