segunda-feira, novembro 30, 2009

Guitarra

À baixa luz e um tanto ao quanto desafinada, deitei-te no meu colo. Passei suavemente os meus dedos ao longo no teu pescoço à procura de inspiração.
As notas que um dia saíram fluentemente não são as mesmas que as de hoje. Os dedos não calejados sentem-se a cortar quando deslizam nas tuas cordas, em busca de melodia.

Peguei no velho livro que tão contente me deixou na sua compra, os tempos eram outros. Os significados diferentes, tentei entoar "Tatuagens", ou "Gota", mas as mãos já não são rápidas como foram e as notas já não vem à memória tão facilmente. Ainda consegui um "Restolho" e "O Velho"... Deixei o passado de lado e ainda tive tempo para "Stranded"; "Runaway"; "Radio" e "Sort of Fairytail".

Não deu para mais, a memória falha, as notas complicam-se de música para música. Mas trazem-me sempre boas recordações. Às tantas as cordas mais parecem o fio de faca, queima e sente-se a dor do cortar, mas sem o fazer. As velhas cordas de aço largam óleo e sente-se o coração a bater na ponta dos dedos.

Um dia volto, com mais tempo, com sons novos. Com nova ambição de mais.
Por enquanto recordo e brinco.

3 comentários:

Adomnán disse...

Também quero saber tocar guitarra...

Sara disse...

como queria eu passar os dedos em cordas de uma guitarra e entoar os acordes de 'tatuagem','gota','restolho','o velho'...

quem sabe, nunca esquece :)

GotchyaYinYang disse...

:) Mesmo destreinada, adoro ouvir-te tocar e cantar!!