Folheando páginas

Folheando o velho caderninho dos rascunhos,
Das coisas contadas e ali guardadas,
Deparei-me com mensagens de ternura,
Com mensagens de descobrimentos,
De mensagens com sorrisos rasgados
De coração em puro aceleramento.

Que li eu?
O que me disseste tu!
O que te disse eu.
Há tempos e tempos que parece ontem,
Mas o ontem não o foi, foi mais.
Mas ontem entrei no tempo antigo.

E naquele tempo quente e miudinho.
Senti-me a encher!
Recordar é viver, já diziam.
E foi.
O ler-te, o imaginar-te.
O imaginar-me, imaginar-nos!

Casa fase, cada frase...
Tudo tirado do mais escondido de nós.
De mim pelo menos,
Pois nunca o tinha sido assim
Tão forte, tão fugaz, tão crescente.
Tão verdadeiro.

O sopro da tua presença senti.
As tuas mãos acariciaram minha face.
O sono por fim veio.
Deitei-me a teu lado, mesmo em pensamento.
E adormeci em ti.
No nosso sonho.