Fronteira

E dentro do lago entrei. Não havia outra hipótese. Estava farta de andar ás voltas pelo bosque, farta dos arranhões, das quedas, dos perigos em cada enseada aberta. Tens de o passar, dizias tu, esse lado já está muito gasto, não tem mais que lama e vegetação seca. Passa-o!

E assim o fiz, assim o estou a fazer.
Se me afundar tu me socorrerás, que me magoar ou entristecer em ti me aninharás.
Até à tua margem quero chegar! E sem pressas, sem pesos nos pés, sem amarras, junto a ti quero repousar.

Espero pelo dia em que colocarei o pé em terra firme finalmente. Por agora agradeço-te tudo!
E um dia chegarei totalmente.

Caminhando eu estou.