sexta-feira, novembro 16, 2007

Vivo o tempo todo algemada.
Com muito pouco espaço de manobra,
Não me permitindo falhar.

Destesto saber,
Que sou eu própria o meu erro.
Mas é a verdade. Que fazer?

Por mais que tente,
Por mais que lute contra isso,
Caio sempre por terra.

Não me é permitido voar.
Não me foram dadas asas para isso.
Ou se as foram, tenho um arremeço que as impede de abrir.

Não chego as minhas costas para as desamarrar.
O mais provável é mesmo não existirem.
Chegaria a elas se as tivesse, com certeza.

Estou habituada a esticar-me,
Em vez de asas, deram-me elasticidade.
Mas mesmo assim não a suficiente.

Tento porque tento chegar a todo o lado,
Não dá, não consigo.
Mas porque é que continuo a tentar?

Hoje envolvo-me em mim mesma, formando uma pequena bola. E espero que alguém em mim pegue e atire para longe.

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