Já há muito que queria fazer um post sobre isto, uma coisa como deve ser. Deixem lá ver se consigo fazer sair os meus pensamentos como deve ser. Não gosto de escrever directamente no teclado, gosto ainda muito de caneta e papel.
Ok, relações e sentimentos, há muito que se diga mas ao ver os blogues de duas grandes amigas, a Guida e a Pena, deparei-me com certos sentimentos que me fizeram sentir estranha. São dois textos fabulosos e muito bem escritos.
Agora está na minha vez de divagar sobre o assunto:
O antes e o após relacionamento... Quem ainda não sentiu aquele formigueiro, aquelas quase náuseas perto de alguém muito especial? Quem é que ainda não sentiu medo de falhar? De sair magoado/a? De magoar? Quem não guarda ressentimentos por alguma coisa que não deu certo numa relação?
Mas valerá a pena o ódio? Valerá a pena prolongar o sofrimento?
Ás vezes temos tanto medo disso tudo que não nos deixamos ser felizes. Queremos tanto alguém especial nas nossas vidas, alguém que nos preencha, mas sentimo-nos paralisados pelo medo. As feridas que ganhamos no nosso percurso, podem ser muitas. Mas ficar ou não com cicatrizes depende de nós. Será que queremos mesmo ficar com mazelas? Acho que não, será talvéz, a nossa maneira de lidar com a situação.
Conheço muita gente que se habituou ao estar sozinho, a não saber lidar com o facto de partilhar a vida com alguém. Muitos anos nisto passou, chegou ao dia que tomou fôlego e mergulhou, onde jamais tinha tido coragem para mergulhar. Agora é tudo melhor!
Também existem aqueles que por muito boas pessoas, por muito fantásticos que sejam, não se consideram "pessoa que se ame". Toda a gente pode ser amada. Toda. Vá lá! Sem medos! Arrisquem quando surgir oportunidade! Quem sabe?
As relações não são para sempre. Ok, há quem consiga, e a essas pessoas tiro o chapéu. Mas muitas vezes por criarmos expectativas do "felizes para sempre!" não nos deixamos viver. O que importa é o Presente. O Passado.. O Passado tem tuas gavetas: o mau, que devemos tentar meter um cadeado e tentar nunca deixar essa gaveta aberta; e o bom, que podemos deixar uma frestazinha aberta para podermos fechar os olhos e recordar aquilo que vivemos de bom.
O problema é que há gente que faz exactamente o contrário e que torna a sua vida num reboliço.
Eu pergunto: Porquê?
Uma coisa é uma fase. Temos a fase do choro, do ódio, da irritação e da auto-flagelação psicológica (não estou a dizer que seja assim para todos os casos, nem mesmo para todas as pessoas, mas numa maneira geral), outra coisa é um estado permanente que decidimos criar.
Eu pergunto. Foi assim tão mau?
Aposto que coisas boas houveram imensas. Principalmente nas relações longas.
E por muito que neguemos, por muito que não queiramos, essas pessoas marcaram-nos para sempre. E o bom fica lá. Por muita mágoa que exista o bom fica lá.
O tempo sara. Há sempre quem precise de mais tempo. Há quem prefira a distância.
Não sei. Na minha experiência, houve muita mágoa, ódio... Mas o tempo apagou. E tudo o que tive de bom ficou. Porque para além de namorados/as as pessoas tornam-se amigos. Na maioria dos casos, claro. Não se consegue criar uma relação se não houver amizade.
Mas lá está. Por vezes acontece o contrário. Temos a amizade... Que depois se torna noutra coisa. E passar duma para a outra pode-se tornar muito complicado. Sabemos que a pessoa gosta de nós, mas até que ponto. Até que ponto os carinhos, os sorrisos não serão só amizade?
Vemo-nos a ter todo o tipo de comportamento para tentar perceber alguma resposta.
E falar? Porque não? É complicado, sim. Mas já vi muitos casos em que poderia ter acontecido algo, porque ambas as pessoas estavam interessadas uma na outra e não aconteceu porque não conseguiram medir a amizade que existia. Custa, o coração bate, as pernas tremem. Mas se sentem algo forte. O melhor mesmo é falar.
"Ah, e depois misturar a amizade com algo mais pode acabar com a amizade. Ou se eu digo que gosto dele ele pode fugir." Na minha opinião, se fugir é porque não era pessoa para ti, nem sequer amigo era. Agora, se for amigo só, vai entender-te e vão falar sobre o assunto. Se sentir o mesmo, falará. E entender-se-ão! Digo eu? Há sempre pessoas que fogem quando gostam de alguém que gosta delas. Mas isso já é complicado de mais para a minha cabeça, e aí só me apetece dar estalos.
Em suma:
Medo, há. E muito. Mas todos chegamos ao dia em que ganhamos coragem, inspiramos e mergulhamos. Se formos de olhos fechados, podemos bater com a cabeça. Mas esse mergulho pode ser o mergulho da nossa vida.
O depois... Cada um segue o caminho que quer.
É sempre doloroso para alguém. Mas estupidez é pensar que a outra parte também não sofre. Eu acho sempre que sim. Mas as pessoas lidam com as situações de maneiras diferentes.
Por isso... Go for it ;)
4 comentários:
Mor do fundo de mim...tiro o meu chapéu e aplaudo de pé o teu post.
Está real, sincero e esclarecedor.
Contas com a franqueza que te assiste sempre este tipo de situações na nossa vida.
Fazes perguntas pertinentes, mas perguntas que nos levam ao nosso encontro, que nos permitem seguir de forma mais tranquila.
Ok não é facil mas ambas sabemos e o teu post ainda mais.
bEijo e Obrigado!
Muito bem Rute! Concordo com o que dizes.
Vale sempre a pena ir em frente e arriscar porque o pior que pode acontecer é ouvir um não...
Eu sei perfeitamente disso e no entanto sou tão insegura que nunca consigo dar o primeiro passo a não ser que consiga ter a mínima percepção que a pessoa está interessada em mim. E como sou completamente tapada, raramente percebo. E por isso perdi oportunidades... que poderiam ter trazido momentos felizes...
Concordo também que não existem relações eternas. Ou então são realmente raras...
E aprendi que não vale mesmo a pena pensar num futuro distante. Porque nunca irá acontecer nada do que planeamos... Por isso mais vale aproveitar bem os momentos que temos com essa pessoa sem imaginar como irá ser daqui a x tempo.
E sem dúvida guardar na memória os bons momentos após o fim de uma relação... porque existiram de certeza e tentar ignorá-los (devido a um possível ódio pela forma como as coisas acabaram) só contribui para a diminuição da nossa presença na vida...
Não querendo roubar palavras á Guida, tambem eu te tiro o chapeu! Sem duvida, acho que está aqui algo de divinal, e tal como a Guida comentou, fazes perguntas pertinentes, bem mais que pertinentes!
Revejo, neste texto, que escreveste de forma magnifica(daquela forma que só tu sabes, daquele modo em que somos conduzidos como que melodiosamente pelas palavras...opá, tu escreves tãooo bemmmm...parece mesmo que me vou embalando no texto..tem tanta suavidade, é tão profundoo e coerente...tá lindooo..mesmo!), o meu modo de pensar acerca do assunto.
Acho sim que todos os relacionamentos ou todas aquelas situações potenciais de que exista algo entre duas pessoas, os jogos do "porque sim e do porque não"...tudo aquilo que envolve sentimentos únicos, seja qual for o desfecho da história só contribui é para um crescimento pessoal (claro que isto tambem depende muito do modo de ser de cada um). Tal como tanta outra gente, tambem eu passei por situações que não terminaram como eu queria..lol...mas lá está, tudo aquilo que vivemos, até mesmo as coisas que poderemos numa determinada altura encarar como algo de mau e que nos deixa de rasto, etc, no fundo no fundo tem sempre uma parte boa...e é, como bem disseste, essa parte boa que tem que ficar. Ressentimentos não adiantam de nada..e muitas vezes se os há não é por nada mais nada menos que egoismo. Posso dizer que todas as situações que vivi contribuiram para um enriquecimento da minha vida, sendo que uma delas seguida de um desenovelar de situações contribuiu para que eu te conhecesse e conhecesse o teu grupinho maravilha =D
Sempre fui uma pessoa muito introvertida (em certos assuntos) e sempre tive muito medo de mergulhar...mas aos poucos fui-me apercebendo que não custa assim tanto.. Com o medo "deixei escapar" situações que poderia ter gerido de outra forma e poderiam ter tido um desfecho diferente (ou então não)..mas tambem não interessa, pois todas essas situações ajudaram á minha evolução pessoal e consegui finalmente dar o dito mergulho..e que bom que é! =)
Depois de se mergulhar, o fundamental é manter sempre o pilar mais forte de todos, que é a amizade! Na minha opinião, para um relacionamento dar certo, o fundamental é as pessoas falarem, exprimirem os seus medos, serem honestas...basicamente têm que ser as melhores amigas...saberem o quanto podem confiar uma na outra. Muitos dirão que é uma utopia...mas para mim é assim..e é assim que tem que ser. Acho que tanto no bom como no mau tem é que se falar...só assim as pessoas se entendem. E quando uma das partes não quiser continuar com a união, a outra terá que entender (pode custar, ser doloroso, etc..mas tal como tu acreditas, tambem eu acredito que nem para uma nem outra parte é fácil uma separação...só o tempo ajudará...)
Tou a estender-me no comentário mas é porque gostei tantoooooooooo do teu texto que deu-me vontade de dar tambem a minha opinião acerca do assunto.
Achei muito engraçada esta parte:"Há sempre pessoas que fogem quando gostam de alguém que gosta delas. Mas isso já é complicado de mais para a minha cabeça, e aí só me apetece dar estalos." Quero apenas dizer que um dia fazemos uma "caçada" e ajudo-te a dar estalos em pessoas assim..hehehe
É pelo teu modo de ser, pelo teu modo de "Terra-a-Terra" que gosto tanto de ti! És uma pessoa sincera e frontal..e mai nada!
Beijo Grandeee **************************
"Se formos de olhos fechados, podemos bater com a cabeça. Mas esse mergulho pode ser o mergulho da nossa vida."
Adorei :) Acho que aí tocaste no segredo... chiuuuu..... Não digas a ninguém ;) mas acho que é isso mesmo, quando "escolhemos dar-mo-nos" ;P É isso mesmo! Dar-mo-nos sem reserva alguma, e vice-versa, é aí que está o pote de ouro no fundo do arco-íris ;)
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